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Inovação e tecnologia ganharam espaço na luta contra a violência doméstica e familiar, que aumentou durante a pandemia da covid-19. O lar, que deveria ser um ambiente seguro, passou a ser palco de agressões diante da convivência forçada e do distanciamento social. A medida, importante para barrar o avanço do novo coronavírus, dificultou que as mulheres conseguissem denunciar por meio de canais tradicionais.

Com o acesso reduzido às delegacias, os meios digitais se sobressaíram na hora de pedir ajuda. Para incentivar ideias que proporcionem o desenvolvimento de ferramentas no combate à violência contra a mulher, o AMB Lab lançou o Ideathon, uma maratona de habilidades voltada para soluções de tecnologia na defesa das vítimas. A partir da ciência, da inovação e da criatividade, a competição visa desenvolver projetos e insights que auxiliem o Poder Judiciário no atendimento e no acolhimento a essas mulheres.

O diretor do AMB Lab, Ângelo Bianco Vettorazzi, defende a união de membros do Poder Judiciário em torno da questão. “O Ideathon é um instrumento de engajamento da magistratura nessa luta com proposições para o enfrentamento da violência com fundamento de gênero. Precisamos somar esforços para qualificar e intensificar o combate a toda forma de violência contra a mulher”, ressalta.

De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, as notificações de casos caíram 9,9% de janeiro a junho de 2020 — queda que pode ser explicada pelo isolamento social. Enquanto isso, o número de chamadas para a Polícia Militar subiu 3,3% no período. Os dados de feminicídio, por sua vez, ajudam a dimensionar a questão: 648 mulheres foram vítimas desse crime no período, um aumento de 1,1%.

O uso da internet ultrapassa a divulgação de campanhas de conscientização e de combate à violência de gênero e o registro de boletins de ocorrência on-line: pode propiciar novos instrumentos de denúncia. Entre as opções, estão a criação de botões de pânico em aplicativos para outras finalidades e de bot (diminutivo de “robô”, o software simula ações humanas) que oriente o que fazer diante de agressões e relacionamentos abusivos, por exemplo.

Inscrições

Para se inscrever na maratona de habilidades, é necessário ser filiado à Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB). O prazo termina em 31 de janeiro. A proposta da competição é agregar tecnologia e inovação à expertise de juízes e desembargadores na luta contra esses casos.

Inscreva-se aqui gratuitamente. Confira o edital.

Magistrados podem participar de modo individual ou em grupo de até cinco pessoas. Neste caso, é obrigatória a inscrição de pelo menos uma mulher. Cada associado ou equipe só pode enviar um projeto de solução tecnológica. Para a vice-diretora do AMB Lab, Keity Saboya, o concurso deve aprimorar as ações desenvolvidas. “As expectativas são de gerar uma maior eficiência do Poder Judiciário no combate à violência doméstica e familiar”, afirma a juíza.

Confira as etapas do Ideathon do AMB Lab:

  • Inscrição e submissão dos projetos – até 31 de janeiro;
  • Seleção preliminar das propostas – até 19 de fevereiro;
  • Apresentação das ideias aprovadas preliminarmente – de 8 a 19 de março;
  • Julgamento e publicação do resultado final – até 9 de abril.

Melissa Duarte

Assessoria de Comunicação da AMB